Sabesp alerta para nível máximo de represas
Sabesp alerta para nível máximo de represas
Sistema Cantareira está próximo do nível de transbordamento. Prefeituras devem ficar atentas para retirar moradores de área de várzea.
A Sabesp e a Defesa Civil Estadual alertaram aos municípios cortados pelos rios que formam as quatro represas do Sistema Cantareira (Jaguari, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro) que esses reservatórios estão próximos dos seus limites de capacidade e que, caso as chuvas continuem nos próximos dias, elas deixarão de segurar a água por atingirem o nível de vertedouro. Isso significaria que a água não seria mais represada, aumentando o nível dos rios podendo provocar mais enchentes nas áreas de várzeas dos rios. Na última sexta–feira (8), representantes da Sabesp e da Defesa Civil se reuniram com autoridades e representantes dessas cidades em Bragança Paulista, para que as Prefeituras estejam prontas para retirar as populações que moram próximas aos rios. A reunião contou, inclusive, com as presenças do governador José Serra (PSDB) e do vice–governador, Alberto Goldman.
“A situação das represas do Sistema Cantareira está próxima do vertedouro. Hoje, elas têm uma função importante de segurar boa parte da água, senão haveria inundação. A Sabesp controlará ao máximo o volume dos reservatórios para evitar ter de jogar água nos rios, mas chegará um momento em que a água atingirá o nível do vertedouro e não será mais possível represá–la”, diz o superintendente de produção de água da Sabesp, Hélio Luiz Castro.
Se a previsão do tempo se concretizar e fortes chuvas continuarem atingindo São Paulo ainda nesta semana, as regiões ribeirinhas das cidades de Atibaia, Piracaia e Bom Jesus dos Perdões vão sofrer com alagamentos. De acordo com relatório da Sabesp, o Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de água da região metropolitana, opera no limite – com 97,5% da capacidade total de armazenamento. Com novas tormentas, o reservatório deixará de segurar a água, aumentando drasticamente o nível dos rios e provocando enchentes.
"Desde 1999 não temos uma situação como esta", disse Hélio Castro, superintendente de Produção de Água da Sabesp. Segundo ele, as Represas Paiva Castro, Cachoeira e Atibainha estão acima dos níveis de segurança. "É como uma caixa–d’água. Se entra mais água do que sai, ela vai acabar transbordando. Já foi feito trabalho com às comunidades que vivem às margens das represas. O Sistema Cantareira é extremamente importante, mas ele tem um limite para acumular a água das chuvas. Se na quarta–feira voltar a chover, provavelmente na semana que vem as cidades de Atibaia, Piracaia e Bom Jesus dos Perdões devem sofrer com alagamentos."
A situação de emergência, no entanto, não é exclusividade do Sistema Cantareira. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), mais da metade dos reservatórios do País está com comportas abertas por causa do excesso de água armazenada.
De acordo com o registro da Sabesp, o índice de chuva acumulado em janeiro é de 149,6 milímetros (cada mm equivale a um litro de água por metro quadrado), sendo que a média história deste mês é de 255,9 mm. Para se ter uma ideia desse volume das chuvas, a Represa Atibainha chegou a receber na semana passada de 33 a 70 metros cúbicos de água por segundo – enquanto isso, a Sabesp só conseguiu fazer o descarregamento de 14 m³ por segundo Essa operação de descarregamento, essencial para a segurança do sistema, é feita com monitoramento diário, tanto das vazões de água como das condições das populações ribeirinhas e jusante das barragens, para evitar enchentes.