Sessão Solene marca entrega de títulos de cidadania piracaiense
Sessão Solene marca entrega de títulos de cidadania piracaiense
A Sessão Solene realizada na Câmara de Vereadores na noite desta sexta–feira, 25, marcou a entrega de títulos de cidadania piracaiense. As indicações feitas pelos vereadores Prof. Wanderley de Oliveira (DEM) e Dr. Luiz Henrique Bueno (DEM) homenagearam as professoras Maria Edmir de Andolpho de Albuquerque Maranhão, e, Dejanira Barreto Gayer, conhecidas como “Dona Nenê” e “Dona Dija”, respectivamente.
A solenidade contou com a presença de autoridades e grande público, que lotaram a Casa Legislativa. Abrindo a solenidade, o presidente Prof. Wanderley ressaltou a importância do momento vivenciado pela Casa. “Este é um dia ímpar e excepcional para Piracaia por estar entregando estes títulos a estas pessoas, que são mais que merecedoras. À Dona Nenê, nosso agradecimento pelo empenho dedicado à Educação do município. Lembramos de todo seu esforço durante a municipalização das escolas estaduais, o que revolucionou o cenário educacional piracaiense; à Dona Dija o nosso muito obrigado por ter dedicado sua vida ajudando o próximo, não apenas nas salas de aula, mas também com todo serviço social ao nosso município, em especial à Santa Casa da Misericórdia”, ressaltou.
Seguindo a mesma linha das reverências, o vereador Dr. Luiz Henrique também destacou a importância das homenageadas para o município. “Só temos a agradecer pela contribuição que estas mulheres deram ao nosso município. Hoje é realmente um dia especial”, falou.
A prefeita Fabiane Santiago (PV) iniciou o seu pronunciamento frisando o mérito das proposituras. E enfatizou o trabalho desempenhado pelas duas homenageadas para o crescimento do município. “Que os cidadãos possam se espelhar nas histórias dessas guerreiras, e que Piracaia possa ter muitas “Donas Nenês” e “Donas Dijas””, finalizou.
Estiveram presentes à solenidade a prefeita Fabiane Santiago (PV), o presidente da Câmara Prof. Wanderley, o vice–prefeito Benedito José da Silva (PT); o vereador Silvino Dentista (PSDB), que também representou o deputado federal Vanderlei Macris e o deputado estadual Cauê Macris; os vereadores Dr. Luiz Henrique Bueno (DEM), Edmilson Armellei (PP) e Eunice Cabral (PDT); a ex–prefeita Terezinha Peçanha, entre outros.
Biografias:
Dona Nenê
Maria Edmir Andolpho de Albuquerque Maranhão é nascida em São Paulo, aos 30 de abril de 1938, filha do industrial Pedro Luiz Andolpho e da dona de casa Angelina Andolpho. Partilhou sua infância ao lado de suas quatro irmãs: Darcy, Wilma, Edir e Lenir Maria. E também de sua “prima–irmã” Rosa.
Desde pequena, Maria Edmir freqüentava Piracaia visitando parte de seus familiares, entre eles, sua avó paterna Vitória Nincao Andolpho – uma das primeiras imigrantes italianas instaladas no município.
Formou–se em 1955 no Colégio Batista Brasileiro. Em 1956, ampliou seus horizontes culturais ingressando no Conservatório Dramático Musical de São Paulo, onde fez aulas de piano clássico. Aos 20 anos, casou–se com o engenheiro Carlos Aylton de Albuquerque Maranhão, na Igreja Divino Espírito Santo em 11 de janeiro de 1958. Um ano após, especificamente no dia 20 de janeiro de 1959, Maria Edmir deu à luz a uma menina, Silvana – filha única do casal.
Depois da maternidade, Maria Edmir resolveu aprimorar seus conhecimentos e ingressou na Faculdade Integrada de São Paulo, formando–se pedagoga em 1974. Quatro anos depois, a vida pregou uma de suas peças na vida de Maria Edmir: seu pai, Pedro, sofrera de embolia pulmonar e veio a falecer. A partir de então, Maria Edmir, juntamente com suas irmãs, foi o ombro amigo e a grande sustentação de sua mãe Angelina.
Com a aposentadoria de seu marido, resolveu mudar–se definitivamente para Piracaia a fim de ter uma vida acomodada ao lado do esposo. Afinal, nada melhor do que uma cidade interiorana para se viver tranquilamente, sem tantas preocupações... Maria Edmir e seu esposo mudaram–se para Piracaia em 24 de setembro de 1987. Nessa época, seus planos eram simples: estar em sua casa, fazer doces e bolos. Porém, em 1990 recebeu o convite de suas amigas para fazer parte de um colégio que estava por nascer: o Instituto Educacional Humânitas. O colégio surgiu no período de freqüentes greves em escolas públicas, que levaram os docentes à percepção de que seus filhos e alunos estavam sensivelmente prejudicados em aprendizagem e em educação.
Ao completar um ano de funcionamento do colégio Humânitas, Maria Edmir passou por uma das fases mais difíceis de sua vida: perdas sucessivas de seus familiares. Em julho de 1991, sua tia Maria Carlota – pessoa que sempre esteve ao seu lado – faleceu subitamente. Três meses após, seu esposo, Carlos Aylton, foi vítima de um infarto fulminante. Em maio de 1992, cinco meses após a perda do esposo, foi a vez de sua mãe. Nessa época, a filha, os amigos, amigas, a fé e o trabalho foram seu alicerce diante dos percalços da vida.
Aos 58 anos de idade, em 1996, aprimorou seus conhecimentos formando–se psicopedagoga na Faculdade Anchieta de Jundiaí. Em janeiro de 1997, assumiu o Departamento de Educação do Município, enfrentando com maestria o período de municipalização das escolas estaduais, o que mudou consideravelmente o cenário educacional piracaiense.
De 1997 a 2000, período em que foi diretora do departamento, Maria Edmir ministrou diversos cursos, capacitando inúmeros professores da rede de ensino municipal, dedicando–se com afinco à Educação da cidade que escolheu para viver.
Sua experiência e trajetória de vida profissional renderam a autoria e publicação do livro “Educar”, lançado em 2010 pela Berto Editora. No livro, a autora auxilia o educador em início de sua carreira, e, expande o conhecimento daqueles que já atuam nessa área.
Hoje, Maria Edmir Andolpho de Albuquerque Maranhão, conhecida carinhosamente como “Dona Nenê”, é diretora do Instituto Educacional Humânitas, mãe, e avó de dois netos, Maíra e Rodolpho. É considerada uma das profissionais mais competentes e dedicadas do município, que prestou e presta relevantes serviços à Educação de Piracaia.
Dona Dija
Dejanira Barreto Gayer nasceu na cidade de São Paulo, em 30 de setembro de 1936. Filha do contador Benedito Silva Barreto e da dona de casa Leonita Siqueira Barreto, desfrutou de momentos felizes e inesquecíveis ao lado de seus sete irmãos: Marlene, Eneida, Irani, Suely, Carlos, Claudete e Vanilda.
Passou sua infância e adolescência na cidade de Camanducaia – Minas Gerais, alternando esse tempo em Bragança Paulista, onde estudou no Colégio Consagrado Coração de Jesus. Nesse mesmo colégio, Dejanira formou–se professora em 1954.
Iniciou sua carreira profissional aos 19 anos, lecionando no Grupo Escolar José Guilherme, em Bragança Paulista. Desde então, Dejanira dedicou–se a ministrar aulas em escolas da zona rural dos municípios de Bragança Paulista, Pinhalzinho e Pedra Bela.
Até hoje Dejanira lembra dos tempos difíceis de sua carreira, onde apenas o amor à profissão foi capaz de superar os obstáculos e as dificuldades do dia–a–dia. Eram horas de viagem entre sua casa até as escolas, dias que viajava de charrete para conseguir chegar até os alunos, tardes que nem mesmo as intempéries do tempo, como intermináveis chuvas ou sol escaldante não a impediam de se deslocar de sua casa para estar perto das crianças.
Em 1960, conheceu o advogado Heitor Gayer. Após um ano de namoro, em 14 de janeiro de 1961, casaram–se na Igreja do Rosário de Bragança Paulista. Em seguida, mudaram–se para Piracaia. Tão logo, a maternidade veio para completar a felicidade do casal: Em 25 de outubro de 1961, Dejanira deu à luz a sua primeira filha, Márcia Barreto Gayer. Dois anos após, especificamente no dia 04 de abril de 1963, nasceu o segundo filho do casal, Marcos Barreto Gayer. E aos 08 de setembro de 1969, Dejanira deu à luz a Marceline Barreto Gayer, sua filha caçula.
Em Piracaia, Dejanira ministrou aulas em diversas escolas da zona rural, como no bairro do Taboão, Barrocão, Boa Vista, Cravorana e muitas outras.
A professora Dejanira Barreto Gayer era possuidora de grande erudição. Profissional responsável, manejava com maestria suas aulas. Mestra competente, dominava não só sua área de conhecimento, mas transitava facilmente nos temas interdisciplinares. Seu currículo acumulado demonstrava claramente sua intenção do aprender permanente.
Tinha uma relação maternal com os alunos, porém sempre mantendo o princípio da autoridade não autoritária. Sua casa era uma extensão da escola, onde recebia constantemente centenas de alunos, que a procuravam em busca de conselhos, muitas vezes, pessoais. Além disso, Dejanira levava complementações para a merenda dos alunos, ora levava carne, ora levava torradas, frutas e legumes. Até mesmo doava às crianças roupas e brinquedos dos seus filhos.
Cidadã acima de tudo, transmitia aos seus alunos, com didática e exemplo pessoal o exercício da cidadania. Também deu aulas no antigo Grupo, hoje EMEF Cel. Thomaz Gonçalves da Rocha Cunha, e na EE. João de Moraes Góes, aposentando–se em maio de 1985.
Arrojada, Dejanira foi uma das responsáveis pela vivacidade do Clube Recreativo, organizando bailes de formatura e trazendo bandas famosas para a cidade, Denajira devolveu a movimentação do clube, e, assim, fez com que Piracaia fosse uma das mais badaladas cidades da região. Também organizou vários eventos beneficentes para a igreja e entidades do município.
Vale ressaltar, que em nossa cidade sempre ajudou e amparou os mais necessitados, fazendo parte das diretorias do “Asilo Lar São Vicente de Paulo”, da APAE – “Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais”, da Creche “Santo Antônio da Cachoeira” e da Irmandade Santa Casa de Misericórdia.
Dejanira, conhecida carinhosamente como “Dona Dija”, foi uma professora competente, educadora consciente, colega afável, amiga leal, filha dedicada, tia carinhosa, irmã solidária, esposa compreensiva, mãe amorosa, avó protetora, e, acima de tudo, uma cidadã que nunca mediu esforços para ajudar o próximo.