Câmara concederá título de cidadania piracaiense ao Deputado Federal Paulo Pereira da Silva
Câmara concederá título de cidadania piracaiense ao Deputado Federal Paulo Pereira da Silva
A Câmara Municipal de Piracaia realizará Sessão Solene na noite de 25 de maio, sexta–feira, para homenagear o deputado federal Paulo Pereira Da Silva (PDT), o Paulinho da Força. A propositura, aprovada por unanimidade na Casa, foi uma indicação da vereadora e vice–presidente do Legislativo Piracaiense, Eunice Cabral (PDT).
Eunice se orgulha do fato de seu amigo e deputado federal ser o sindicalista mais influente do país. Conforme a parlamentar, foram muitas as suas contribuições para o município até agora e muito ainda deverá ser feito pelo deputado que mantém estreito relacionamento com a cidade.
Biografia
Paulinho nasceu em 25 de janeiro de 1956 em Porecatu, no Paraná, filho de uma família muito pobre. Ainda criança trabalhou na lavoura, ao lado dos seis irmãos. Aos 13 anos mudou–se para Londrina, para concluir o 1º grau. Lá, conseguiu emprego no jornal Folha de Londrina, executando serviços burocráticos. Muito curioso, logo aproximou–se da redação, onde se tornou, desde adolescente, leitor voraz de jornais. Queria saber de tudo, e começa aí sua educação informal. Autodidata, quis entender de tudo: economia, política, administração. Era época da ditadura militar, início dos anos 70, e muitas vezes as notícias eram censuradas. Ele queria saber o porquê e, por isto, logo passou a se interessar mais pela política.
Foi para São Paulo aos 20 anos e procurou emprego nos jornais. Não encontrou, porque não havia concluído os estudos, e poucos acreditavam que tinha aprendido tanta coisa sozinho. Arranjou emprego em uma indústria metalúrgica e continuou estudando, à noite. Formou–se, no Senai, no curso técnico de Inspetor de Qualidade.
Sua indignação com a violação dos direitos dos trabalhadores, coisa muito comum na década de 70, quando começaram as primeiras greves depois do golpe militar de 1964, levaram–no para o sindicalismo. Sua capacidade de trabalho era extraordinária – costuma dizer que se tivesse se dedicado à carreira, seria hoje um grande executivo ou dono de empresa –, mas foi na política e no sindicalismo que ele imediatamente cresceu.
Foi militante do Partido Comunista do Brasil – PCdoB no final dos anos 70 e início dos anos 80. Passou a ser conhecido e a conviver, depois da anistia, com quase todos os que lutavam pela redemocratização do País, como Fernando Henrique Cardoso, Ulysses Guimarães e Mário Covas.
Paulinho cresceu rapidamente no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, onde entrou como militante e foi logo promovido a diretor. Em 1991, aos 35 anos, ocupou o cargo de secretário–geral do Sindicato, então presidido por Luiz Antonio de Medeiros, que já se afastava, parcialmente, para ser presidente da recém–fundada Força Sindical.
Na Secretaria–Geral do Sindicato, pôde exercer sua grande vocação: como administrador de recursos humanos e financeiros e como coordenador–geral das finanças, da estrutura e dos resultados a serem perseguidos pela instituição. Logo, foi eleito vice–presidente e, depois, presidente do Sindicato.
Em 1994, na Presidência da Força Sindical – da qual Medeiros se licenciou para ser deputado federal – Paulinho continuou seu trabalho empreendedor. Foi ele quem transformou a Força Sindical na maior Central Sindical do setor privado do País, maior do que a CUT se não forem considerados os sindicatos de servidores públicos e dos bancos estatais. Hoje, a Central tem cerca de 1.800 entidades filiadas.
Paulinho, também, depois de uma viagem à Europa, passou a defender no Brasil o modelo do Sindicalismo–Cidadão, que se preocupa com os trabalhadores de todo o País, inclusive os desempregados e os aposentados, e não apenas dos associados dos sindicatos filiados, por sua vez, à Força Sindical.
Também, no mesmo molde dos grandes sindicatos europeus, passou a desenvolver programas sociais em parceria com empresas do setor privado e com o Estado, atitude inovadora pela qual até hoje ainda é, paradoxalmente, criticado tanto por políticos conservadores quanto por sindicalistas que se dizem progressistas.
Sem medo de recorrer ao marketing, transformou as apagadas comemorações do dia do trabalhador no Brasil no maior 1º de Maio do Mundo, uma grande festa de repercussão planetária que reúne 1,5 milhão de pessoas na cidade de São Paulo, para assistir shows de artistas consagrados, sorteios de carros, além de discursos políticos e sociais.
Paulinho apoiou, por exemplo, o governo Fernando Henrique, e chegou a fazer parte da coordenação da campanha eleitoral de sua reeleição, mas passou a criticar a política econômica do governo quando se deu conta de que ela não atacava a questão da dívida pública, interna e externa, que mantém os juros altos e impede o desenvolvimento, e, por consequência, gera desemprego.
A lealdade, a transparência e a vontade de fazer são três características de Paulinho. Ele se tornou amigo de Ciro Gomes, por exemplo, depois de ter sido chamado por ele a Brasília – quando ministro da Fazenda do governo Itamar Franco –, para falar sobre uma greve dos sindicatos da Força Sindical no setor automobilístico. O resultado da negociação foi a Medida Provisória – cuja primeira versão foi escrita pelos assessores de Paulinho – que criou a Participação dos Trabalhadores nos Lucros ou Resultados das Empresas (PLR).
Outro grande trunfo de Paulinho foi o acordo com o governo para o pagamento das perdas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, provocadas pelos Planos Verão e Collor. Foi Paulinho quem convenceu o presidente da República a estender a todos os trabalhadores do Brasil, sem necessidade de recorrer à Justiça, os mesmos direitos obtidos pela vitória de apenas 35 trabalhadores do Rio Grande do Sul.
A forma de pagar essas perdas, sem sacrificar o Tesouro – o que significaria sacrificar toda a sociedade –, foi o acordo, mais uma vez redigido originalmente pela Força Sindical, que dividiu a conta entre os empregadores, o Tesouro e os empregados, mas de forma a que os de maior renda abrissem mão de parte do que receberiam para que os mais pobres não perdessem nada. De certa forma, uma política de redistribuição de renda.
Paulinho foi o articulador do acordo, em 2006, para reajustar o valor do salário mínimo até 2023. Este acordo também revisava a tabela do Imposto de Renda até 2010.
As propostas para reforma do Estado e governo que a Força Sindical desenvolveu, e vem desenvolvendo, desde 1992, já foram publicadas em livro. Elas objetivam melhorar a administração pública, mudar o Brasil para melhorar a vida dos cidadãos.
Em 2002, Paulinho foi convidado – e aceitou – a ser candidato a vice–presidente do Brasil na chapa encabeçada por Ciro Gomes.
Em junho de 2003 filiou–se ao PDT (Partido Democrático Trabalhista). Em julho de 2004 assumiu a Presidência Estadual do Diretório em São Paulo e foi candidato nas eleições para prefeito da cidade no mesmo ano.
Em 2006 foi eleito deputado federal com mais de 287 mil votos, o 6º mais votado no Estado de São Paulo e o 12° no Brasil.
No 6º Congresso Nacional da Força Sindical, realizado em julho de 2009, Paulinho foi reeleito presidente da Força Sindical.
Em 2010 foi reeleito Deputado Federal com colocação ainda melhor para, durante mais quatro anos, defender os trabalhadores no Congresso Nacional. Foi escolhido por seus pares de Partido e tornou–se líder da bancada do PDT na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Na vida pessoal, Paulinho é extremamente discreto. Do primeiro casamento, tem dois filhos. Do segundo, com Elza de Fátima Costa Pereira, tem uma única filha.
Elza e Paulinho se conheceram durante a realização de uma greve. Por seus próprios méritos e determinação, em um ambiente dominado por homens, Elza chegou a diretora e é, atualmente, diretora de finanças do Sindicato, além de coordenadora do Centro de Atendimento Biopsicossocial Meu Guri, um entidade mantida por recursos privados.
Paulinho, sempre autodidata, gosta de ler. E, como ex–jogador de futebol no Paraná, todo sábado joga bola contra um time na periferia de São Paulo – jogar bola, para manter o corpo em forma e a mente em equilíbrio, é a sua grande paixão. Em Piracaia também não é diferente, Paulinho sempre procura trazer seu time de futebol para jogar aqui, criando um laço, ainda maior, de amizade e carinho pela cidade.
O Diap – Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar coloca o pedetista no seleto grupo de parlamentares mais influentes no Parlamento brasileiro, elogia sua atuação em prol dos trabalhadores e descreve–o como bom debatedor e articulador político, além de excelente negociador, com destaque na formulação de propostas para a classe trabalhadora.
Segundo a entidade, o deputado é voz ativa no Congresso Nacional em defesa dos trabalhadores e aposentados e membro atuante da Comissão de Trabalho da Câmara. O deputado é referência em temas sobre o mundo do trabalho em Brasília.